A aplicação de argamassa durante uma obra é um processo multifacetado que exige atenção a diversos fatores para garantir sua eficácia. O aplicador deve levar em consideração a finalidade da argamassa — que pode ser para assentamento, revestimento, pisos ou reparos —, a superfície de aplicação, o tipo de material, a necessidade de aditivos e a técnica apropriada. 

Há um elemento imprescindível de todo esse processo que é muito pouco abordado: a viscosidade da argamassa. Ela desempenha um papel fundamental na formulação e na aplicação do material, já que determina a capacidade de fluidez da substância, impactando diretamente em sua aderência, aplicabilidade e durabilidade. 

Como diferentes aplicações demandam diferentes níveis de viscosidade da argamassa, é necessário que o profissional da construção considere as propriedades das substâncias, as condições de aplicação e as necessidades do projeto ao selecionar o tipo apropriado de material. 

Diferentes aplicações, diferentes viscosidades 

À medida que a construção de uma obra avança, as demandas de um projeto tornam-se ainda mais variadas. A aplicação adequada da argamassa desempenha um papel crucial na resposta a essas nuances, até para otimizar o rendimento dos materiais e assegurar a qualidade da obra. Veja, a seguir, quais os principais tipos de aplicação da viscosidade da argamassa: 

Argamassa de assentamento 

Na aplicação em pisos, é comum utilizar argamassas com baixa viscosidade. A alta fluidez proporciona uma distribuição uniforme do material e uma boa aderência dos revestimentos. É importante, também, para evitar o acúmulo excessivo de argamassa sob as peças de revestimento.  

Argamassa colante 

Para a aplicação de revestimentos em paredes — sejam eles azulejos, pedras ou pastilhas —, o ideal é que a argamassa tenha uma viscosidade elevada, para que o material tenha maior aderência a superfícies verticais. A alta viscosidade garante que a substância não se mova durante a aplicação e evite o deslizamento dos revestimentos antes da cura.  

Argamassa para regularização  

Para regularizar superfícies com argamassas — em geral, paredes e tetos —, a viscosidade do material deve ser média, de modo que a aplicação fique mais fácil e uniforme. Desta forma, o aplicador pode cobrir imperfeições e proporcionar uma base sólida para revestimentos posteriores.  

Argamassa para rejunte 

Quando o assunto é argamassa para rejunte entre revestimentos, o nível de viscosidade da argamassa é variado. No geral, o intuito é que o material permita uma fácil aplicação e tenha preenchimento uniforme, proporcionando estabilidade e durabilidade ao conjunto. No entanto, caso os revestimentos sejam de grandes formatos, é imprescindível que a viscosidade da argamassa seja elevada, para evitar que ela escorra entre as peças. Caso as peças sejam de menores dimensões, a viscosidade deve ser menor.  

Argamassa para chapisco 

O chapisco é uma técnica comumente utilizada para preparar superfícies antes da aplicação de revestimentos, criando uma camada áspera e irregular que melhora a aderência da camada seguinte. Nesse caso, a viscosidade da argamassa deve ser alta, para que haja uma boa aderência e uma base rugosa para o revestimento subsequente.  

A escolha da viscosidade da argamassa é fundamental para garantir que ela proporcione boa eficácia em cada aplicação. A técnica mais comum de regularização da viscosidade é a incorporação de aditivos químicos à massa, como os éteres de celulose. Dependendo da quantidade, eles podem aumentar ou diminuir a viscosidade, melhorar a trabalhabilidade, a redução da exsudação (o processo de liberação de água na superfície da argamassa), o controle da reologia (propriedades de fluxo e deformação) e a adesão a diferentes superfícies.  

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