Desempenhando um papel fundamental na construção civil, as argamassas são um material amplamente utilizado na alvenaria devido às suas diversas aplicações e propriedades. Manipulada no formato de uma massa — para que, quando endurecida, proporcione aderência a diferentes superfícies —, a argamassa é fruto da combinação entre quatro componentes: o cimento, a areia, a cal hidratada e a água.
Comumente utilizada para o assentamento de tijolos, blocos, azulejos, revestimento de paredes, impermeabilização e regularização de superfícies, a argamassa é essencial para que os diferentes materiais em uma obra não só permaneçam unidos, mas também resistam a forças externas e mantenham a integridade estrutural.
Apesar da eficácia intrínseca resultante da combinação dos quatro componentes principais, a argamassa é frequentemente enriquecida com aditivos químicos que ampliam o seu desempenho. Devido a essa versatilidade, a argamassa é empregada em uma variedade de aplicações, sendo a argamassa colante (cuja função é aderir revestimentos a superfícies) a mais famosa pela incorporação de aditivos. Entre eles, estão os éteres de celulose.
O que são éteres de celulose?
Os éteres de celulose são polímeros obtidos pela modificação das moléculas de celulose (um dos principais constituintes das paredes celulares das plantas) por meio de reações químicas.
Originados principalmente a partir de polpa de madeira — embora também possam ser derivados de outras fontes vegetais, como algodão e outros subprodutos agrícolas —, a molécula de celulose passa por uma série de etapas, da purificação à alcalinização, eterificação e secagem, para resultar nos éteres de celulose.
A substância resultante desses processos atua como um aditivo ideal para a argamassa. Isso ocorre porque, quando combinados, os éteres de celulose aumentam consideravelmente a viscosidade, a capacidade de polimento, a resistência ao amarelecimento de argamassas e diminuem a dispersão de pigmentos. Portanto, são estratégias importantes para o prolongamento da vida útil do material.
Por que aditivar argamassas com éteres de celulose na construção civil?
Diferente do cimento Portland, que tem como propriedade o aumento da ligação entre os componentes de um material, criando aglutinação à mistura, o éter de celulose não é um aglomerante. O aditivo tem a função de melhorar as propriedades de uma mistura, como a aplicabilidade, a aderência a superfícies, o controle da reologia (proporcionando maior consistência, textura e estabilidade aos produtos) e o baixo deslizamento desses materiais.
É por isso, também, que a adição dos éteres de celulose na argamassa proporciona inúmeros benefícios a uma obra, da fundação à etapa final de acabamento. Entre as propriedades, estão:
Modificação da reologia
A capacidade de modificar o comportamento do fluxo e a viscosidade dos líquidos. Dependendo da quantidade de éter adicionado, a argamassa atinge diferentes graus de viscosidade, fazendo com que a espessura, consistência, textura e estabilidade variem de acordo com a necessidade da obra.
Retardo de pega e redução da segregação
Em trabalhos que levam mais tempo, com aplicações mais lentas e em grandes áreas, os éteres de celulose controlam o tempo que a argamassa necessita para endurecer. Além disso, ainda reduzem a segregação dos componentes da argamassa, resultando em uma composição mais homogênea.
Aumento de aderência das argamassas
Os éteres de celulose aumentam a aderência da argamassa a diferentes superfícies. A celulose, por ser biocompatível e não tóxica, proporciona uma interface amigável entre os materiais de construção e a superfície a ser revestida.
Formação de películas e impermeabilização
Uma vez que a solução seca, a combinação entre éter de celulose e argamassa cria películas transparentes, flexíveis, resistentes e com alta resistência à líquidos.
Estabilidade química e térmica das argamassas
O éter de celulose tem desempenho aprimorado em uma ampla faixa de níveis de pH e de temperatura, característica que permite a utilização do aditivo em ambientes ácidos, alcalinos ou neutros e em aplicações que envolvem processos de aquecimento ou resfriamento.
Vale ressaltar que a escolha do éter de celulose e a dosagem do aditivo dependem das propriedades desejadas para o produto e sua aplicação. Assim, é imprescindível seguir as recomendações do fabricante para obter os melhores resultados.
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